Hoje vamos falar de um assunto que desperta grande interesse. Alguns tratam com curiosidade, outros imaginam que seria tudo uma grande farsa. No video estarei compartilhando informações sobre a família, onde e como tudo aconteceu...
A FAMÍLIA FOX
As irmãs Fox foram três mulheres: Katherine "Kate" Fox (1837–1892), Margaret "Maggie" Fox (1833–1893) e Leah Fox (1814–1890), de origem canadense, em 1847 a família se instala nua modesta casa no vilarejo de Hydesville, Estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Eram de origem alemã, da parte paterna; e francesa, holandesa e inglesa, da parte materna. O grupo familiar compunha-se de John D. Fox, da esposa Margareth Fox e mais as filhas. Leah morava em Rochester, onde lecionava música, ela escreveu um livro, "The Missing Link", New York, 1885, no qual ela faz referência as faculdades paranormais de seus parentes anteriores. Inicialmente, tomaram parte nos acontecimentos Kate e Margareth, mas posteriormente Leah juntou-se a elas e teve participação ativa nos episódios subseqüentes.
CASA ASSOMBRADA DE HYDESVILLE
Lucretia Pulver era jovem que servira como dama de companhia do casal Bell, quando elas habitavam a casa. Ela contou uma curiosa história de um mascate que se hospedara com os Bells. Na noite em que o vendedor passou com aquele casal, Lucretia foi mandada a dormir na casa dos pais. Três dias depois tornaram a procurá-la. Então disseram-lhe que o mascate fora embora. Ela nunca mais viu esse homem. Em 1844, começaram a dar-se fenômenos estranhos naquela casa.
A mãe de Lucretia, Sra. Ann Pulver, que mantinha relações com a família Bell, relata que quando os visitava, indo fazer tricô em sua companhia, ouvira desta uma queixa que se sentia muito mal e quase não dormia à noite. Quando lhe perguntou qual a causa, a Sra. Bell declarou que se tratava de rumores inexplicáveis; parecera-lhe ter ouvido alguém a andar de um quarto para outro; acordou o marido e o fez levantar-se e trancar as janelas. A princípio, tentou afirmar à Sra. Pulver que possivelmente se tratasse de ratos. Posteriormente, confessou não saber qual a razão de tais rumores, para ela inexplicáveis. Lucretia também testemunhou os fenômenos.
Os Bells terminaram por mudar-se. Em 1846, instalou-se ali a família Weekman: Michael Weekman, Hannah Weekman e suas filhas. Alguns dias após terem se alojado na casa, passaram a ser perturbados por ruídos insólitos: batidas na porta da entrada, sem que ninguém o estivesse fazendo; passos de alguém andando na adega ou dentro de casa. A família Weekman, como era de esperar não permaneceu muito tempo ali. Em fins de 1847 saíram definitivamente da casa. Desse modo, chegamos a de 11 de dezembro de 1847, quando a casa passou a ser ocupada pela família Fox.
OS ACONTECIMENTOS DE HYDESVILLE
Nos dois primeiros meses de 1848,
os mesmos ruídos insólitos que perturbaram os antigos inquilinos voltaram a
manifestar-se outra vez. Eram batidas leves, sons semelhantes aos arranhões nas
paredes, assoalhos e móveis, os quais poderiam ser confundido com
rumores naturais produzidos por vento, estalos do madeiramento, ratos, etc. Por isso a
família Fox não deveria ter-se sentido molestada ou alarmada. Com o passar do tempo, os ruídos
cresceram de intensidade. Batidas mais nítidas e
sons de arrastar de móveis começaram a fazer-se ouvir, pondo as meninas em
sobressalto, ao ponto de negarem-se a dormir sozinhas no seu quarto, e passarem a
querer dormir no quarto dos pais.
Em 31 de março de 1848, desencadeou-se uma série de sons muito forte e
continuados. Aí, então, deu-se o primeiro lance do fantástico episódio, que ficou como
um marco inamovível na história da fenomenologia paranormal. Kate desafiou a
"força invisível" a repetir, com os golpes, as palmas que ela batia com as mãos! A
resposta foi imediata, a cada estalo, um golpe era ouvido logo a seguir. Ali estava a
prova de que a causa dos sons seria uma inteligência incorpórea.
Depoimento de Margareth Fox:
"Na noite de sexta-feira, 31 de março de 1848, resolvemos ir para a cama um pouco
mais cedo e não nos deixamos perturbar pelos barulhos; íamos ter uma noite de repouso.
Meu marido que aqui estava em todas as ocasiões, ouviu os ruídos e ajudou a pesquisar.
Naquela noite fomos cedo para a cama - apenas escurecera. Achava-me tal alquebrada e
com falta de repouso que quase me sentia doente. Meu marido não tinha ido para a
cama quando ouvimos o primeiro ruído naquela noite. Eu apenas me havia deitado. A
coisa começou como de costume. Eu distinguia de qualquer outro ruído jamais ouvido.
As meninas, que dormiam em outra cama no quarto, ouviram as batidas e procuraram
fazer ruídos semelhantes, estalando os dedos. Minha filha menor, Kate, disse, batendo
palmas: "Senhor Pé Rachado, Faça o que eu faço." Imediatamente seguiu-se o som, com
o mesmo número de palmadas. Quando ela parou, o som logo parou. Então Margareth
disse brincando: "Agora faça exatamente como eu. Conte um, dois, três, quatro" e bateu
palmas. Então os ruídos se produziram como antes. Ela teve medo de repetir o ensaio.
Então Kate disse, na simplicidade infantil: "Oh! mamãe! eu já sei o que é. Amanhã é
primeiro de abril e alguém quer nos pregar uma mentira."
"Então pensei em fazer um teste que ninguém seria capaz de responder. Pedi que fossem
indicadas as idades de meus filhos, sucessivamente. Instantaneamente foi dada a exata
idade de cada um, fazendo pausa de um para outro, a fim de separar, até o sétimo,
depois do que se fez uma pausa maior e três batidas mais fortes foram dadas,
correspondendo a idade do menor, que havia morrido.
"Então perguntei: Eh um ser humano que me responde tão corretamente? Não houve
resposta. Perguntei: É um espírito? Se for, de duas batidas. Duas batidas foram ouvidas
assim que fiz o pedido. Então eu disse: Se for um espírito assassinado dê duas batidas.
Essas foram dadas instantaneamente, produzindo um tremor na casa. Perguntei: Foi
assassinado nesta casa? A resposta foi como a precedente. A pessoa que o assassinou
ainda vive? Resposta idêntica, por duas batidas. Pelo mesmo processo verifiquei que
fora um homem que o assassinaram nesta casa e os seus despojos enterrados na adega;
que a família era constituída de esposa e cinco filhos, dois rapazes e três meninas, todos
vivos ao tempo de sua morte, mas que depois a esposa morrera. Então perguntei:
Continuará a bater se chamarmos os vizinhos para que também escutem? A resposta
afirmativa foi alta."
Desse modo foram chamados vários vizinhos, os quais por sua vez convocaram outros,
de maneira que, mais tarde e nos dias subseqüentes, o número de curiosos era enorme.
Naquela noite compareceram o Sr. Redfield, o Sr. e Sra. Duesler e os casais Hyde e
Jewell.
"Mr. Duesler fez muitas perguntas e obteve as respostas. Em seguida indiquei vários
vizinhos nos quais pude pensar, e perguntei se havia sido morto por algum deles, mas
não obtive resposta. Após isso, Mr. Duesler fez perguntas e obteve as respostas.
Perguntou: Foi assassinado? Resposta afirmativa. Seu assassino pode ser levado ao
tribunal? Nenhuma resposta. Pode ser punido pela lei? Nenhuma resposta. A seguir
disse: Se seu assassino não pode ser punido pela lei de sinais. As batidas foram ouvidas
claramente. Pelo mesmo processo Mr. Duesler verificou que ele tinha sido assassinado
no quarto do leste, a cinco anos passado, e que o assassínio fora cometido à meia noite
de uma terça-feira, por Mr......; que fora morto com um golpe de faca de açougueiro na
garganta; que o corpo havia sido enterrado; tinha passado pela dispensa, descido a
escada e enterrado a dez pés abaixo do solo. Também foi constatado que o móvel fora
dinheiro.
"Quanta a quantia: cem dólares? Nenhuma resposta. Duzentos? Trezentos? etc. Quando
mencionou quinhentos dólares as batidas confirmaram.
"Foram chamados muitos dos vizinhos que estavam pescando no ribeirão. Estes
ouviram as mesma perguntas e respostas. Alguns permaneceram em casa naquela noite.
Eu e as meninas saímos. Meu marido ficou toda a noite com Mr. Redfield. No sábado
seguinte a casa ficou superlotada. Durante o dia não se ouviram os sons, mas ao
anoitecer recomeçaram. Diziam que mais de trezentas pessoas achavam-se presentes.
No domingo os ruídos foram ouvidos o dia inteiro por todos quantos se achavam em
casa".
AS ESCAVAÇÕES NA ADEGA
Resolveram escavar a adega para encontrar os restos do suposto assassinado. Através de combinação alfabética
com as pancadas produzidas, chegaram à identidade da vítima. Era um
mascate chamado Charles B. Rosma, o qual tinha trinta e um anos quando, há quatro
anos passado, fora assassinado naquela casa e enterrado na adega. O assassino fora um
antigo inquilino (Sr. Bell). A solução seria procurá-lo na adega, onde estaria enterrado.
As escavações, porém, não levaram a resultados definitivos, pois deu em nada, sem que
se tivessem encontrado quaisquer indício. Por essa razão foram suspensas.
No verão de 1848, o próprio Sr. David Fox auxiliado por alguns interessados retomou o
empreendimento. A uma profundidade de um metro e meio, encontraram uma tábua.
Aprofundada a cova, encontraram o carvão, cal, cabelos e alguns fragmentos de ossos
que foram reconhecidos por um médico como pertencentes a esqueleto humano; mais
nada.
As provas do crime eram precárias e insuficientes, razão talvez pela qual o Sr. Bell não
foi denunciado.
A DESCOBERTA DO ESQUELETO
Em 23 de novembro de 1904, do Boston Journal, foi notificada a
descoberta do esqueleto de um homem cujo Espírito se supunha ter ocasionado os
fenômenos na casa da família Fox em 1848. Meninos de uma escola achavam-se
brincado na adega da casa onde moravam os Fox. A casa tinha fama de ser malassombrada. Em meio aos escombros de uma parede falsa que existira na
adega, os garotos encontraram as peças de um esqueleto humano.
Junto ao esqueleto foi achada uma lata de uma espécie costumeira usada por mascates.
Esta lata encontra-se agora em Lilydale, a sede central regional dos Espiritualistas
Americanos, para onde foi transportada a velha casa de Hydesville.
Como pode ver cinquenta e seis anos depois, parece não haver dúvida de que foram confirmadas
as informações obtidas em 1848 a respeito do crime ocorrido naquela casa. Este
episódio constitui-se em um notável caso de TCD (transcomunicação direta).
O MOVIMENTO SE ESPALHA
Margareth e Kate, foram afastadas de sua casa, pois suspeitava-se que
os fenômenos eram ligados sobretudo à sua presença. Margareth passou a morar com
seu irmão David Fox. A Kate mudou-se para Rochester, onde ficou em casa de sua irmã
Leah, então casada. Entretanto, os ruídos insistiam em acompanhar as
irmãs Fox; onde elas se achavam, ocorriam os fenômenos. Parece que agora se
observava uma espécie de contágio, pois, Leah Fish, a irmã mais velha, passou a
apresentar também os mesmos fenômenos. O movimento espalhar-se-ia, mais tarde, pelo mundo, conforme fora afirmado em uma
das primeiras comunicações através das irmãs Fox. As próprias forças invisíveis
insistiram para que se fizessem reuniões públicas onde elas pudessem manifestar-se
ostensivamente. Era uma nova mensagem que vinha do mundo dos Espíritos,
conclamando os homens para uma outra posição filosófico-religiosa.
SPIRITUALISM E ESPIRITISMO
A "Onda Espiritualista" passou da América para a Europa, onde os fenômenos de TC
(transcomunicação) iriam ser estudados mais tarde, com rigor e profundidade pelos
fundadores da "Psychical Reserch" e da Metapsiquica.
A forma bastante comum sob a qual a manifestações da transcomunicação se
apresentaram na Europa, foi a das "mesas girantes". Do qual também se originou o Espiritismo na França,
gracas às investigações científicas e ao método didático de Denizard Hypplite Leon Rivail (Allan Kardec).
Nunca é supérfluo enfatizar que não se deve confundir o "Spiritualism" com o
espiritismo. O primeiro nasceu como um movimento popular, provocado por evidências
a favor da crença na existência, sobrevivência e comunicabilidade do Espírito.
Posteriormente o "Spiritualism"adquiriu a forma de um religião organizada que aspira ser uma Ciência e uma Filosofia. Admitiria apenas a continuidade da vida após a morte, sem inferno ou céu, porém em
contínuo aprendizado e evolução no "Mundo Espiritual".
Há algumas diferenças, a mais profunda é a questão da "reencarnação". O Espiritismo não só aceita o
renascimento, como admite a Lei do Carma, considerando serem estes os fatores
naturais da evolução do Espírito.
REPERCUSSÃO ENTRE INTELECTUAIS
A partir do episódio das irmãs Fox, a transcomunicação passou atrair
a atenção de um grupo de cientistas. Inicialmente, achavam-se imbuídos de forte cepticismo acerca do fenômenos paranormais que
passaram a ganhar popularidade inusitada na Europa. Logo no começo da fase, as pesquisas conduziram à formação de três categorias de
pessoas.
O primeiro grupo consistiu em ver nesses fatos uma confirmação de suas crenças
na sobrevivência, na comunicabilidade e progresso dos Espíritos. O "Spiritualism", na
Inglaterra, e o Espiritismo, na França, são exemplos dessa interpretação, embora ambos
reivindiquem, também, para suas doutrinas, os aspectos filosóficos e científicos.
Um segundo grupo constituiu-se por cidadãos de acentuado interesse
científico. Daí a designação usual desta atividade: "Psychical
Research" (Pesquisa Psiquica). Na França, Charles Richet deu-lhe outro nome:
"Metapsiquica".
No segundo grupo, figuravam os espiritualistas, os indiferentes e os
materialistas. Apenas os seguintes objetivos pareciam movê-los: confirmar ou negar os
propalados fenômenos e, no caso afirmativo, descobrir a sua real causa eficiente.
E por fim, um terceiro grupo, compreendendo a maioria dos interessados, colocou-se
em antagonismo aos dois primeiros. Compunha-se de cientistas,
intelectuais em geral, jornalistas e pessoas comuns. Alguns eram fieis ou chefes de
religiões instituídas. Revelaram-se profundamente céticos e procuraram liquidar com a crença nos aludidos
fenômenos. Para eles, os fenômenos paranormais eram manifestações de superstição,
ilusões e fraudes, ou alienação mental. Foi neste clima que se desenvolveram as transcomunicações, cuja iniciativa partiu do Plano Espiritual. As manifestações mais em evidência foram as
chamadas "Mesas Girantes". Este episódio inaugurou o Período Espíritico, conforme a
classificação de Charles Richet. Segundo este sábio, tal período vai das irmãs Fox ate as
pesquisas de Sir Willian Crookes, em 1872.
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REFERÊNCIAS
As Irmãs Fox e o Espiritismo
https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Irmas-Fox.pdf
As irmãs Fox e os primórdios do Espiritismo
https://www.aryramos.pro.br/as-irmas-fox-e-os-primordios-da-doutrina-espirita/
As irmãs Fox no Wikipédia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Irm%C3%A3s_Fox
FEP - Federação Espirita do Paraná
http://www.feparana.com.br/topico/?topico=448
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