A personagem Brisa na novela Travessia interpretada pela atriz Lucy Alves, fez o exame de DNA para saber se Ari (Chay Suede) era o pai de seu filho Tonho (Vicente Alvite), porém o resultado mostrou que ela não seria mãe se seu próprio filho. Por três vezes o resultado foi negativo. O motivo disso seria o que chamamos de quimerismo...
QUIMERISMO
Quimerismo é uma condição genética bastante rara que faz com uma pessoa tenha dois tipos diferentes de DNA. Estima-se que existam pelos menos 40 casos no mundo. Isso acontece quando dois óvulos em uma mulher são fecundados por dois espermatozóIdes e no início do desenvolvimento eles se fundem, os gametas que iriam gerar dois irmãos gêmeos originam apenas uma criança mas com duas cargas genéticas distintas.
SINTOMAS
- as partes do corpo tem tonalidades diferentes
- a pessoa pode ter dois tipos sanguíneos
- cada olho pode possuir cores diferentes
- pode ter problema na formação dos órgãos genitais quando for de dois sexos diferentes
- a pessoa pode desenvolver uma doença autoimune
VIDA REAL
A escritora Glória Perez se inspirou em uma história real para construir o personagem de Brisa. Vamos conhecer a história de Lydia Fairchild, uma mulher norte-americana. Em 1999, Lydia tinha 23 anos quando deu à luz a dois filhos de seu então marido, Jamie Townsend. Alguns anos depois, novamente grávida, agora de seu terceiro bebê de Townsend, o casal estava separado e ela, desempregada, decide solicitar um auxílio do governo do estado de Washington. Para pedir a assistência, toda a família tinha de passar por exames de DNA e foi em dezembro de 2002, que tudo começou: seu auxílio não somente foi negado, como ela imediatamente correu o risco de perder a guarda dos filhos sendo acusada de não ser ela mesma. Por três vezes, fizeram o teste e deram negativo.
Porém, por estar grávida de 9 meses, ela pode realizar um outro tipo de teste de DNA: após parir sob a devida inspeção de um oficial de justiça, o material genético de Lydia e da recém-nascida foram coletados, e o choque foi completo quando os resultados afirmaram que ela também não seria mãe da criança que todos viram nascer, e que havia sido concebida de forma natural. Foi somente diante desse resultado que o advogado Alan Tindell decidiu assumir o caso e a situação começou então a ser contornada. Após muito pesquisar e enfim encontrar situações semelhantes, Tindell propôs que a mãe de Lydia fosse testada: o resultado confirmou que ela era geneticamente avó das crianças.
Foi somente após a realização de novos exames, retirando material genético não dos ovários, como nos testes anteriores, mas do colo do útero de Lydia, que enfim o resultado comprovou: a maternidade enfim foi confirmada, e a confusão explicada pelo fato dela ser um raro caso de “quimera humano”. Durante sua formação uterina, a mulher absorveu parte de uma irmã que também se desenvolvia, mas que não se formou por inteiro: os ovários de Lydia, porém, permaneciam geneticamente como sendo parte dessa irmã que jamais existiu – ela, portanto, tinha dois conjuntos diferentes de DNA em si. fazendo com que, de certa forma, também fosse tia de seus filhos, e parcialmente irmã dela mesma. A história é tão inacreditável que virou tema do documentário inglês Chimera : The Twin Inside Me (A gêmea dentro de mim).
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REFERÊNCIAS
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/03/22/travessia-brisa-vai-descobrir-que-tem-quimerismo-entenda-doenca-genetica.htm
https://www.hypeness.com.br/2022/02/o-curioso-caso-de-lydia-fairchild-que-deu-a-luz-aos-filhos-de-uma-pessoa-que-nunca-existiu/
https://melhorcomsaude.com.br/quimerismo-historia-brisa-inspirada-caso-real/
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