SYLVIA LIKENS : O CRIME QUE INSPIROU O LIVRO "A GAROTA DA CASA AO LADO" - BLOG CURIOSIDADES DO MUNDO

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terça-feira, 23 de março de 2021

SYLVIA LIKENS : O CRIME QUE INSPIROU O LIVRO "A GAROTA DA CASA AO LADO"

 


Hoje, vamos conhecer sobre um caso que aconteceu ainda na década de 60 em Indianápolis, nos Estados Unidos. Uma família decidiu confiar em uma mulher que cuidasse de sua filha, só não imaginavam que o final seria trágico. 


Sylvia Marie Likens, nasceu em 3 de Janeiro de 1943, em Lebanon, Estado de Indiana, Estados Unidos. Filha de Elibabeth "Betty" e Lester Likens, tinha 4 irmãos (Diana, Daniel, Jenny e Benny). Sylvia era considerada bonita, com um brilhante sorriso, doce, e que adorava andar de patins. Os Likens trabalhavam vendendo produtos em um circo e por isso estavam se mudando constantemente. O que fazia com que seus filhos não tivessem muitos amigos já que eles viviam mudando de escolas e bairros. Por essa razão, Sylvia era obrigada a ficar em casas de parentes ou conhecidos quando seus pais estavam em turnê. Em 16 anos, Sylvia morou em pelo menos 14 endereços diferentes. Além disso, o casal costumava brigar bastante, tendo várias discussões na frente dos filhos, principalmente por motivos financeiros.


Em 1965, Sylvia e sua irmã Jenny estavam morando com a mãe em Indianápolis. enquanto os outros filhos do casal, com o pai. Os Likens haviam se separado recentemente embora continuassem trabalhando com o circo. Betty, a mãe, em determinado momento foi presa por furto em lojas devido a uma dificuldade financeira que passava. Com a necessidade de continuar viajando com o circo, por Betty estar presa naquele momento, e não ter onde deixar as filhas, os Likens tomaram a decisão de deixar pelo menos as duas filhas Sylvia e Jenny com com Gertrude Baniszewski que era a mãe de Paula e Stefanie, garotas que as duas meninas passavam tempo juntas e que haviam conhecido na escola Arsenal Tecnical High Scook, onde frequentavam. 

Gertrude Baniszewski já tinha costume de cuidar das crianças do bairro, além de desenvolver diversas atividades para conseguir sustentar seus 7 filhos. Ela nasceu em 29 de setembro de 1929 e foi batizada Gertrude Nadine van Fossan. Ela era filha de Hugh e Mollie van Fossan, a terceira de seis irmãos. Com 10 anos, ela viu seu pai morrer de ataque do coração. Cinco anos depois, ela abandonou a escola e se casou com John Baniszewski, com quem ela teve quatro filhos. Após dez anos de um casamento conturbado e marcado por agressões, o relacionamento teve fim. Gertrude se casou novamente com Edward Guthrie, com quem ficou apenas três meses. Em seguida, ela voltou a se casar com seu primeiro marido, ficaram juntos por mais 7 anos e tiveram mais 2 filhos, se separaram novamente em 1963. Então, quando contava com a idade de 34 anos, Gertrude se casou com Dennis Lee Wright, de vinte e três anos, que segundo contam, a agredia constantemente. Eles tiveram mais um filho, Dennis Jr, depois de ter sofrido um aborto, mas logo após isso Wright a abandonou e desapareceu. Diante desse contexto, Gertrude foi se tornando uma mulher fria, amarga, que muitas vezes descontava suas frustrações em quem não tinha culpa.


Quando Sylvia e Jenny foram morar com Gertrude, tudo começou de forma bem pacífica, a rotina era mantida com a ajuda de Sylvia, que auxiliava nas tarefas domésticas. Mas tudo mudou quando o pai das meninas Likens parou de fazer seus pagamentos em dia. Ela começou a não cuidar tanto das meninas. Não as colocou de imediato na rua mas começou as tratar mal e ser mais rígida que de costume. A cada vez que os pagamentos atrasavam, ela aumentava os castigos. A mulher costumava as obrigar a se ajoelhar no chão e debruçarem sobre uma cadeira na cozinha para que ela as batesse com um cinto, sempre gritando que ela estava cuidando das garotas em troca de nada. Esses castigos passaram a ser cada vez mais frequentes e também passaram a incluir espancamentos, abuso verbal que evoluíram para abuso sexual, humilhações e tortura. 

Sylvia e Jenny ainda continuavam indo a escola. Quando surgiu um boate que Paula se relacionava com homens mais velhos, estaria grávida. Com raiva das ex-amigas que também participava das sessões de tortura, Sylvia teria contado aos amigos o que acontecia. Ao saber saber disso, Gertrude proibiu Sylvia de ir à escola e passou a incentivar seus filhos e até crianças da vizinhança a torturarem. Obrigava Jenny, sua irmã, a espancá-la também, usando sempre de exemplo de punição para os outros. Jenny chegou a escrever uma carta para a irmã mais velha contando tudo o que estava acontecendo, mas ela achou tão absurdo que não deu atenção, pensando que se tratava se invenções de uma adolescente para que apenas os pais as fossem buscar.

Ao longo dos meses, os castigos foram ficando cada vez mais extremos e degradantes para Sylvia, como ser obrigada a comer excrementos, passar longos períodos sem comer ou beber água, ser presa no porão, ter seu corpo violado por garrafas, sofrer queimaduras de brasas de cigarro e até mesmo ter a frase “sou uma prostituta e tenho orgulho disso” tatuada de forma amadora no seu corpo. Sylvia ficou doente e vendo que ela não melhorava, arquitetou um plano de se livrar dela, a forçou a escrever uma carta para os pais dizendo que havia fugido e que não voltaria mais. Assim, Gertrude pretendia abandonar a menina em algum local ermo onde ela não pudesse pedir ajuda e finalmente morrer. Após uma tentativa de fuga, as coisas ficaram piores para Sylvia, que não suportou muito mais tempo. A jovem faleceu em 26 de outubro de 1965 em consequência dos maus-tratos que vinha sofrendo há meses. 


Jenny em pânico, pediu que um dos filhos chamasse a policia. Porém quando os policiais chegaram, Gertrude tentou despistá-los mostrando a carta da Sylvia onde ela dizia aos pais ter fugido de casa. Só que antes deles irem embora, ela conseguiu abordar um dos policiais e disse que contaria tudo desde que eles a levassem dali para um local seguro. Ela foi ouvida. Então, Gertrude, seus filhos e outros garotos da vizinhança, que presenciaram todos aqueles fatos terríveis, foram levados pela policia. Após a autópsia foi revelado que Sylvia tinha diversas queimaduras, lesões físicas, partes do rosto e corpo desfigurados. A causa da morte foi hemorragia cerebral.

Durante o julgamento, Gertrude tentou convencer o tribunal que tinha esquizofrenia como argumento de defesa, por isso havia cometido tais atos contra Sylvia. Porém os testes, a consideraram uma pessoa normal. Os psicólogos acreditavam que os maus-tratos com a Sylvia em parte teria sido por inveja por sua beleza e juventude. Durante o julgamento, uma das filhas confirmou que viu as torturas e assim Gertrude foi condenada em 19 de maio de 1966 a prisão perpetua junto com sua filha mais velha, Paula. Na prisão, Paula teve uma filha que deu o nome de Gertrude, porém não conseguiu a guarda e foi dada para adoção. Os outros filhos da Gertrude foram levados para reformatórios. Em 1971, Gertrude e Paula pediram um novo julgamento, Paula foi libertada dois anos depois e Gertrude só conseguiu liberdade condicional em 1985. Gertrude Baniszewski mudou seu nome para Nadine van Fossan e se mudou para Iowa, onde morreu de câncer no pulmão em 16 de junho de 1990




A Editora Darkside Books em 2020 lançou o livro "A garota da casa ao lado" com uma ótima edição, baseado no caso de Sylvia Likens. Na história, Meg é a personagem inspirada em Sylvia, enquanto a tia Ruth preenche o papel de Gertrude. Assim como na história original, a garota vai viver na casa da mulher com sua irmã mas nova, Susan. A diferença é que, além de Ruth ser uma parente, no livro o motivo é a morte dos pais das garotas.

Um novo interlocutor é adicionado à ficção: o vizinho David Moran, de quem Meg se torna amiga. Com o crescente desprezo e maus-tratos, a motivação de Ruth é ainda mais nebulosa do que a de Gertrude. Quando David se dá conta da humilhação e sofrimento da amiga, já é tarde demais. Embora intrigado pela forma desumana com que Gertrude tratava Sylvia, em seu livro de 1989, Ketchum questiona, mas chega a fornecer ao leitor um porquê definitivo para as atrocidades cometidas pela tia Ruth. Por mais que as camadas da mulher se revelem, compreender o que leva alguém a tratar outro ser humano de tal maneira permanece um mistério que nem o próprio escritor se arrogou a tentar justificar.


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OUTRAS PUBLICAÇÕES

- A feminista Kate Millett escreveu um livro relacionado ao incidente, O Porão: Meditações sobre o Sacrifício Humano. Millett disse durante uma entrevista que o assassinato de Sylvia Likens "é a história da opressão às mulheres. Gertrude parecia querer administrar alguma justiça terrível e verdadeira a essa menina: que era isso que era ser uma mulher."
- O autor Natty Bumppo escreveu sobre o assassinato, The Indiana Torture Slaying.
- O livro The Girl Next Door (2007), de Jack Ketchum, é uma história ficcional ambientada nos anos 1950 levemente baseada nesse caso, e foi adaptado para o cinema, com Blythe Auffarth no papel principal.
- By Sanction of the Victim, de Patte Wheat, é uma história ficcional baseada nesse crime, ambientado nos anos 1970.
- Uma peça chamada Hey, Rube, escrita por Janet McReynolds, foi produzida mas jamais publicada.
- O filme An American Crime estrelando Catherine Keener como Baniszewski, Elliot Page como Likens, e Jeremy Sumpter como Coy Hubbard estreou no Sundance Film Festival em 2007.
- O livro Let's Go Play at the Adams foi baseado no caso.



ADAPTAÇÕES PARA O CINEMA

A garota da porta ao lado (The girl next door - 2007)
A história é contada do ponto de vista de um David adulto e reproduz muito do que Jack Ketchum abordou no livro. O filme se passa em 1958 e segue a história de duas adolescentes Meg (Blythe Auffarth) e Susan (Madeline Taylor) que, após perderem os pais em um acidente, são mandadas para viver com uma sua tia Ruth (Blanche Baker), uma psicopata sádica.

Um crime americano (An american crime - 2007)
1965. Sylvia (Elliot Page) e Jennie Likens (Hayley McFarland) são irmãs deixadas na casa de Gertrude Baniszweski (Catherine Keener) por uma longa temporada, já que seus pais trabalham em um circo. Gertrude é uma mãe solteira com 6 crianças e que, devido a dificuldades financeiras, aceita cuidar das garotas. Só que ela não esperava o quanto a presença delas afetaria sua natureza instável.


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REFERÊNCIAS

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-a-morte-de-sylvia-likens-o-maior-crime-de-tortura-dos-eua.phtml

https://darkside.blog.br/a-garota-da-casa-ao-lado-a-historia-o-livro-e-o-filme/

https://macabra.tv/caso-sylvia-likens-1960/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sylvia_Likens

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