Olá!!! Sejam bem-vindos !!!
A imagem e o nome de Mata Hari sempre pareceu muito exótico para mim. Já li livros, assisti filmes e a cada vez que encontro algo sobre ela, descubro coisas novas. Achei interessante compartilhar com vocês dessa vez a história daquela que ficou conhecida como a espiã mais famosa da história, embora ela não tenha tido êxito na sua profissão, vamos descobrir porquê...
QUEM FOI MATA HARI
Margaretha Gertruida Zelle nasceu em 7 de agosto de 1876 na cidade de Leeuwarden, no norte da Holanda. Filha de um comerciante holandês Adam Zelle (1840-1910) e mãe de origem asiática Antje van der Meulen (1842-1891). Ela era a filha mais velha e tinha três irmãos. Seus cabelos eram negros, o olhar e o aspecto mediterrâneo, lhe davam uma beleza incomum no país. A família tinha uma ótima condição financeira até os negócios entrarem em falência. A crise provocou a separação dos pais e pouco tempo depois em 1891 a mãe morreu, o pai se casou novamente com Susanna Catharina ten Hoove (1844-1913). Margaretha foi acolhida por um casal de tios e enviada para estudar na cidade universitária de Leyden, para se tornar professora de escola maternal, onde terminou se envolvendo com um dos diretores e foi expulsa.
Aos 19 anos ainda incompletos, casou-se com o capitão Rudolph McLeod, de 39 anos, após responder a um anúncio. Depois de uma breve comunicação por correspondência, se casaram em Amsterdam em 11 de julho de 1895. Em seguida, o casal mudou-se para Java na Indonésia, para onde a empresa em que o capitão trabalhava, a Companhia das Índias Orientais, o transferiu. Lá tiveram dois filhos: Norman-John (1897-1999) e Louise Jeanne (1898-1919). Por diversão, Margaretha começou a vestir trajes malaios e a imitar danças locais para oficiais, o que era malvisto pelas esposas dos funcionários holandeses. O casamento começou a não ir tão bem, eles discutiam muito e, quando bebia, ele costumava ser muito violento.
Em 1899 em Medan, Margareth, a babá das crianças que era também amante do capitão, tentou matar seus filhos por ciúme e vingança, colocando veneno na comida, o filho deles morreu e a filha sobreviveu. Em março de 1902, a família voltou para a Europa e o casal se separou em agosto do mesmo ano. Contra a decisão judicial, o capitão John se recusou a pagar pensão alimentar e sequestrou a filha da mãe, que tinha sua guarda.
DANÇARINA EXÓTICA
Em 1903, em Paris, ela faz algumas tentativas fracassadas como modelo de artistas sob o nome de Lady MacLeod, que a levaram a um trauma em sua vida por falta de recursos financeiros para viver. Mais tarde retornou a Paris, e graças ao longo cabelo escuro herdado de sua mãe, ela fingiu ser uma princesa javanesa agindo como uma dançarina exótica, estrelando em shows de striptease que começaram a dar-lhe algum renome. A mentira e a imaginação começaram a dar frutos, ela passou a ser chamada como Mata Hari (luz do sol em malaio).
Em 13 de março de 1905, ocorreu sua primeira apresentação no Museu Guimet, marcando a virada de sua carreira artística. Com quatro bailarinas, Mata Hari dançava em trajes emprestados da coleção do museu: um cinto indiano de pedras preciosas enlaçava seu translúcido sari. Usava um sutiã metálico e adornado de bijuterias, que não tirava jamais. Contorcia-se em cena e despia-se de seus xales até o momento em que, de costas para a audiência, deixava o sari cair. Bastante solicitada nos salões da elite parisiense, em pouco tempo Mata Hari passou a dançar para um público composto de príncipes, como Albert I de Mônaco, e membros da aristocracia. Conquistou também o povo ao apresentar-se no Olympia, primeira casa de shows de música de Paris. Coberta pelo mito que havia criado, teve romances secretos com numerosos oficiais militares e até políticos de alto nível, e em geral, com a alta sociedade.
Em 1910, tinham surgido muitas imitadoras, e apesar de sua fama e a de seus shows crescerem, ela estava perdendo seus charmes físicos, já não era mais tão jovem e tinha ganhado peso, então teve que exercer mais frequentemente como cortesã para poder manter o mesmo nível de vida. Naquela época, ela tentou recuperar a filha que morava com o pai, mas foi impossível. Ela nunca conseguiu recuperar sua filha.
De 1910 a 1911, deu um intervalo para viver como amante do banqueiro francês Félix Rousseau. Tentou voltar para o mundo da dança, mas sem muito sucesso. Sem reservas, foi para Berlim atrás de um ex-amante, o proprietário de terras Albert Kiepert. No país, em maio de 1914 conseguiu agendar uma temporada de duas semanas no music-hall Metropol. A deflagração da Primeira Guerra Mundial prejudicou o seu projeto.
Em 6 de agosto, Mata Hari embarcou no trem para a Suíça, porém na fronteira, fizeram-na descer para interrogatório. O trem partiu sem ela, mas com suas bagagens. As autoridades alemãs exigiam um documento oficial atestando sua nacionalidade holandesa, como não tinha, acabou voltando para a Holanda. Em 1916, tentou novamente ir para Paris, dessa vez por Londres. O cônsul britânico recusou-lhe um salvo-conduto. Os ingleses já suspeitavam que a dançarina era espiã.
SERVIÇO DE ESPIONAGEM
O serviço de contra-espionagem italiano enviara para Paris, com cópia para Londres, uma mensagem dizendo que Mata Hari, então residente em Berlim e que falava com um leve sotaque alemão estava em um navio com destino ao Egito, que faria escala em Nápoles. A confusão deve-se, no fundo, ao hábito de Mata Hari de inventar histórias sobre a própria vida. Foi nessa prova amadora e inconsistente que os ingleses sustentaram sua desconfiança. Depois desse episódio, ela passou a ser seguida por pessoas do serviço secreto inglês, que procuravam indícios para culpá-la de espionagem a serviço da Alemanha. Já em Paris, quando chegou em 16 de junho de 1916, foi seguida por policiais franceses, alertados pelos ingleses, até 15 de janeiro de 1917.
Mata Hari continuou entretendo-se com seus amantes até encontrar o grande amor de sua vida, o oficial russo de 21 anos Vladimir de Masloff (Vadim). A paixão deflagrou as circunstâncias que terminaram por levá-la à morte. Naquele mesmo ano, ferido no olho esquerdo, Vadim foi transferido para tratamento no hospital militar de Vittel, a 300 quilômetros de Paris. Para visitá-lo, Mata Hari precisava de uma autorização especial de acesso à zona militar, para isso, pediu ao capitão Georges Ladoux, encarregado da organização da contra-espionagem. O oficial francês, já informado de que Mata Hari era suspeita de ser espiã alemã, disse à suposta inimiga que daria autorização para ir a Vittel caso ela trabalhasse como espiã para a França. Ela aceitou e foi clara: só o estava fazendo pelo dinheiro.
Mata Hari partiu como uma espiã amadora, sem qualquer missão específica, para a Espanha. Hospedada no Hotel Ritz em Madri e decidida a mostrar serviço, aproximou-se do capitão Hauptmann Kalle, adido militar da embaixada alemã. Ela não notou o golpe e Mata Hari foi manipulada desde o primeiro encontro. Em conversas informais, Kalle lhe passou informações aparentemente importantes, mas falsas. Enquanto que ela forneceu impressões banais do que se passava na França, todas acessíveis para convencer seu amante de que seu coração batia pela Alemanha. Em dezembro, enquanto ela esperava voltar para a França e receber a recompensa por seu trabalho, o capitão Ladoux interceptou mensagens enviadas por Kalle a Berlim. Referindo-se ao agente H 21, relatava as informações passadas por Mata Hari a ele. Nesse período, virou cortesã, tendo como amantes diversos oficiais e políticos influentes. Tinha livre passagem por diversos países durante a guerra, razão pela qual levantou suspeitas do governo francês.
Um detalhe indica que a correspondência entre Madri e Berlim fazia parte de uma estratégia dos alemães para incriminar Mata Hari como agente-dupla junto aos franceses. Em 1914, os ingleses já haviam conseguido decifrar o sistema codificado de mensagens alemão. Em 1916 os alemães perceberam isso e alteraram o código. O capitão Ladoux percebeu mais tarde que as mensagens sobre o agente H 21 transmitidas por Kalle usavam o antigo código, aquele que os alemães sabiam que os franceses conheciam. Ou seja: eles faziam questão que seu conteúdo fosse lido pelas autoridades inimigas.
PERIGO DE VIDA
Em 4 de janeiro de 1917, Mata Hari voltou a Paris. O contexto na França era dos piores. A guerra se alastrava e o espírito de derrota imperava. O clima reinante era o de caça às bruxas e do uso de bodes expiatórios. O governo exigia a prisão do maior número possível de espiões estrangeiros para provar sua eficácia. Não prender Mata Hari seria reconhecer que o serviço de contra-espionagem perdera tempo e dinheiro ao investigar uma mera cortesã aspirante a espiã. Em 13 de fevereiro, por ordem do juiz de instrução Pierre Bouchardon, Mata Hari foi presa em Saint-Lazare.
Os sucessivos interrogatórios não revelaram nenhuma prova conclusiva de crime de espionagem contra a França. Só no fim de abril Ladoux revelou sobre as mensagens alemãs interceptadas. Fez isso, sem revelar as verdadeiras intenções alemãs. Foi então que Mata decidiu contar o que até então acobertara. Em uma noite de maio de 1916, segundo ela, recebera a inesperada visita em sua casa na Holanda do cônsul da Alemanha em Amsterdã, Karl Kroemer. O diplomata ofereceu 20 mil francos por informações confidenciais que ela obtivesse dos franceses. Ela deveria escrever seus relatórios e assinar com o código H 21. Mata Hari disse que concordara, mas só para pegar dinheiro dos alemães .
O fato explicaria por que os alemães teriam usado o sistema de mensagens para entregar aos franceses a espiã que embolsou o dinheiro alemão sem ter feito espionagem para o Kaiser. Mas, em seu julgamento, o júri composto de militares desconheceu ou ignorou as falhas e contradições do dossiê de acusação. Mata Hari terminou sendo vítima de um erro judiciário, não sendo condenada por espionagem, mas por seu comportamento à frente de seu tempo.
Em 13 de fevereiro de 1917, Mata Hari foi presa pelas autoridades francesas em seu quarto no hotel Elysèe Palace, em Paris. Tentou dissuadi-los para não teve êxito. Foi acusada de espionagem, de ser uma agente dupla para a Alemanha e de ter sido a causa da morte de milhares de soldados. Seu amante Vadim Maslov falou dela em termos de "mulher aventureira", uma vez que soube de sua detenção. Foi levada a julgamento na França em 24 de julho de 1917, durante o qual vieram à tona muitas das mentiras e enganos que ela havia contado sobre sua vida, o que foi usado para desacreditá-la.
_______________________________
_______________________________
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-mata-hari-a-espia-que-amava.phtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário