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sábado, 15 de julho de 2023

VIRGINA HALL, "UMA MULHER SEM IMPORTÂNCIA" A TRAJETÓRIA DA MAIOR ESPIÃ DA HISTÓRIA

 


Dessa vez vamos falar da história de uma mulher que ficou conhecida como a maior espiã da história. Alguém que venceu muitos obstáculos e que ajudou a libertar a França dos nazistas. Sua história foi registrada no livro "Uma mulher sem importância" da autora Sonia Purnell. Estamos falando de VIRGINIA HALL


Virginia Hall Goillot nasceu em 6 de abril de 1906 em Baltimore, no Estado de Maryland nos Estados Unidos. De uma família rica, foi muito bem instruída. Filha de Barbara Virginia Hammel e Edwin Lee Hall, um banqueiro americano. Estudou nos prestigiados Radcliffe College e Barnard College (Universidade de Columbia ), onde estudou alemão, francês e italiano. Com a ajuda dos pais, ela terminou os estudos na Europa (Alemanha, França e Áustria), finalmente conseguindo um cargo junto ao corpo consular da embaixada americana em Varsóvia, na Polônia, em 1931. 

Virginia desejava muito se juntar ao United States Foreign Service, mas acidentalmente em 1932 ela atirou na própria perna esquerda enquanto caçava na Turquia e precisou amputar a perna do joelho para baixo, substituindo-a por uma prótese de madeira. A amputação acabou com qualquer possibilidade de trabalhar para o serviço diplomático e ela terminou se demitindo do Departamento de Estado em 1939. Em seguida, ela ingressou na American University, em Washington, DC.


No ano em que a guerra foi declarada, em 1939, Virginia estava em Paris, onde se juntou ao serviço de ambulâncias e resgate, antes da anexação da França e de Paris, ela foi para Vichy, território controlado pelos nazistas quando os combates pararam no verão de 1940. Virginia conseguiu chegar a Londres e se voluntariou para o novo Special Operations Executive (SOE), que a levou novamente para Vichy em agosto de 1941. Pelos próximos 15 meses, ela ajudou a coordenar atividades com a resistência francesa e ainda serviu como correspondente de guerra para o New York Post.

Hall se estabeleceu em Lyon. Sua primeira missão foi coordenar redes locais de resistência contra a ocupação nazista, que se alastrava cada vez mais por todo o país. Além disso, ela tinha a responsabilidade de estar sempre atenta às informações sobre o regime de Vichy e os movimentos de luta que se formavam. Sua determinação e seu talento logo foram percebidos por todos os agentes, que ficaram impressionados com sua coragem, no entanto, os seus trabalhos magníficos também foram notados pelos inimigos. 

"Durante os anos seguintes, ela se tornaria legendária por seus feitos, primeiro com a SOE e depois com o OSS (o Escritório de Serviços Estratégicos, serviço de inteligência dos Estados Unidos durante a guerra e precursor da CIA)", diz a biografia de Hall no site da CIA. "Ela organizou redes de agentes, ajudou prisioneiros de guerra fugitivos e recrutou homens e mulheres franceses para operar abrigos secretos - sempre um passo à frente da Gestapo, que queria desesperadamente capturar 'a dama que manca' (apelido dado à ela pelos nazistas)".



O chefe da Gestapo daquela região, Klaus Barbie e conhecido como "o carniceiro de Lyon", iniciou uma busca por Virginia, e capturá-la virou seu maior desafio. Em pouco tempo a cidade se encheu de cartazes e logo ela se tornou uma das agentes mais procuradas pela polícia alemã. Em novembro de 1942 as forças nazistas estavam avançando rapidamente pela zona livre da França, e a vida de Hall estava por um triz. Por essa razão, ela decidiu fugir, e partiu a pé em meio a neve pelos montes Pirineus, em direção à Espanha. Ela foi presa ao cruzar a fronteira ilegalmente, mas sua liberdade veio alguns dias depois. Por lá ela ficou até 1944, até que decidiu que deveria voltar para o combate, mesmo sendo um dos nomes mais procurados. A SOE recusou a enviá-la para a França novamente, mas a OSS americana concordou com o pedido. 

Na segunda missão, ela entrou num país que agora já estava totalmente ocupado pelo Eixo. Dessa vez, ela se disfarçou de agricultora idosa e levou o codinome de Diane. Dali em diante, ela foi uma das grandes precursoras que ajudou na preparação do Dia D. "Ela ajudou a treinar três batalhões de forças de resistência para lançar uma guerrilha contra forças alemãs", segundo a CIA. 

Virginia mapeou zonas para pouso de suprimentos e de soldados para a Inglaterra, encontrou locais seguros e se associou com forças aliadas que tinham chegado à Normandia. Ajudou ainda a treinar batalhões para a resistência francesa em táticas de guerrilha contra os alemães, além de servir como informante e correspondente para as tropas aliadas. Um ano depois, em 1945, Hitler se viu perdido e tirou a própria vida, dando fim aos longos anos de guerra. Virginia, por sua vez, saiu vitoriosa e nunca foi pega pelos inimigos.



Em 1950, Virginia se casou com o ex-agente da OSS, Paul Gaston Goillot. Em 1951, ela ingressou na CIA, trabalhando como analista de inteligência para assuntos parlamentares franceses. Junto do marido, eles trabalhavam para a Divisão de Atividades Especiais da agência. Virginia se aposentou em 1966 e se mudou para uma fazenda em Barnesville, em Maryland.

Virginia morreu no Hospital Adventista de Shady Grove, em Rockville, Maryland, aos 76 anos, em 8 de julho de 1982. Ela foi sepultada no Cemitério de Druid Ridge, em Pikesville, Condado de Baltimore, Maryland. Por seus esforços de guerra, Virginia ganhou a Cruz de Serviço Distinto, em setembro de 1945, o único oferecido a uma mulher civil durante a Segunda Guerra Mundial.


UMA MULHER SEM IMPORTÂNCIA - AUTORA: SONIA PURNELL (2019)

O livro foi resultado de um trabalho de três anos de pesquisa da jornalista Sonia Purnell. Retrata a trajetória de vida da maior espiã da Segunda Guerra Mundial. Em 1942, a Gestapo, polícia secreta nazista, enviou uma mensagem urgente: “Ela é a mais perigosa de todos os espiões aliados. Devemos encontrá-la e destruí-la.” O alvo era Virginia Hall, uma socialite americana que se transformou em espiã do Ministério da Guerra britânico e, posteriormente, dos Estados Unidos. Chamada pelos alemães de “a dama que manca”, Virginia, que possuía uma prótese de madeira na perna esquerda, nunca foi capturada por eles. Para enganá-los, usava maquiagem, peruca e outros subterfúgios tipicamente femininos. Uma mulher sem importância conta a história dessa que foi a mulher civil mais condecorada no final da Segunda Guerra Mundial. E com a razão: ela treinou células de resistência que realizaram sabotagem de guerrilha como explodir pontes e até mesmo descarrilar um trem de carga. Hall também ajudou a preparar o terreno para que as forças aliadas invadissem a Normandia e a Provença. Segundo estimativas, ela e sua equipe capturaram quinhentos oficiais alemães e mataram outros 150. Além de ter estabelecido uma vasta rede de espionagem em toda a França, Virginia Hall também convenceu oficiais britânicos e militares a enviar outras mulheres como espiãs durante a guerra. Até hoje, a CIA usa táticas de espionagem desenvolvidas por ela.


Livro disponível no site da AMAZON
https://www.amazon.com.br/Uma-mulher-sem-import%C3%A2ncia-americana/dp/6555352272


ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA

Em 2019, estreou o filme "A call to spy" escrito e produzido por Sarah Megan Thomas e dirigido por Lydia Dean Pilcher. Inspirado na história real de três mulheres que trabalharam como espiãs durante a segunda guerra mundial. No início da Segunda Guerra Mundial, Churchill ordena que sua nova agência de espionagem - a Special Operations Executive (SOE) - recrute e treine mulheres como espiãs. Sua missão era construir uma resistência. A "spymistress" da SOE, Vera Atkins (Stana Katic), recruta duas candidatas: Virginia Hall (Sarah Megan Thomas), uma ambiciosa americana e Noor Inayat Khan (Radhika Apte), uma pacifista muçulmana indiana. Juntas, essas mulheres ajudam a minar o regime nazista na França, deixando um legado inconfundível.

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REFERÊNCIAS

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/devemos-encontrada-e-destruila-como-a-espia-virginia-hall-se-tornou-a-maior-inimiga-da-gestapo.phtml

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/biografia-da-maior-espia-da-segunda-guerra-mundial-chega-ao-brasil.phtml

https://www.b9.com.br/shows/garotasrebeldes/historias-de-ninar-para-garotas-rebeldes-virginia-hall-lida-por-astrid-fontenelle/

https://www.bbc.com/portuguese/geral-48185016

https://pt.wikipedia.org/wiki/Virginia_Hall

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