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segunda-feira, 22 de maio de 2023

MARY BELL, POR QUE CRIANÇAS MATAM

 


Por que crianças matam? É o primeiro questionamento que vem à nossa cabeça quando sabemos de casos de pessoas tão jovens que cometeram crimes. Quais os motivos? Eles ainda tem pouca experiência de vida e mesmo assim há crianças que apresentam esse comportamento. Vamos conhecer a história de uma menina de apenas onze anos na Inglaterra que matou duas vezes em um curto espaço de tempo, é o caso Mary Bell ...

Mary Flora Bell nasceu em 26 de maio de 1957 em Newcastle na Inglaterra. Filha de Betty Bell, uma garota de programa e usuária de drogas, que na época tinha dezessete anos e não queria ser mãe, o que resultou em maus tratos desde o parto. Pouco antes de completar 1 ano, Bell foi levada às pressas ao hospital por sua avó, depois de engolir uma quantidade de pílulas que estavam em um gramofone, o que foi a primeira atitude suspeita de Betty. Porque mesmo que Mary pudesse achar que fossem balas, elas tinham um gosto amargo e estava em um local onde uma criança de 1 ano não conseguiria alcançar.

Betty tentou dar a filha para adoção, mas era sempre impedida por familiares, que a levavam de volta para casa. Os maus tratos eram extremos, desde os cinco anos, Mary era obrigada a se assujeitar aos clientes da mãe, em troca de dinheiro. Os abusos sexuais afetaram profundamente a garota, que descontava as agressões torturando animais, como gatos e cachorros. 

Começou a ter um comportamento problemático na escola brincando de estrangulamento com outras crianças. Uma certa vez, atingiu o tio com um brinquedo, atingindo o nariz. Agia de forma muito agressiva para uma criança tão jovem. Quando Mary urinava na cama, Betty esfregava seu rosto na urina e depois pendurava o lençol na janela para que os vizinhos vissem e Mary se sentisse envergonhada. 


Conforme crescia, Mary se tornou uma pessoa manipuladora, tinha crises de agressividade e mesmo assim em alguns momento conseguia ser assustadoramente fria. Foi uma questão de tempo até que ela começasse a se envolver em acidentes com outras crianças. Certa vez, seu primo de três anos teve uma queda que resultou em sério ferimentos na cabeça, mas o menino se recusou a dizer que o havia empurrado, e mesmo que tivesse chamado a atenção da policia, eles não tinham o que investigar. 

Mary se tornou amiga de uma menina chamada Normal Bell. As duas se entendiam e estiveram juntas em várias situações. Eram constantemente acusadas de roubo, vandalismo e de tentarem estrangular outras crianças. Mary Bell tinha 10 anos, um dia antes de seu aniversário de 11 anos, em 25 de maio de 1968, ela fez sua primeira vítima. O corpo do garoto Martin Brown, de três anos foi encontrado em uma casa abandonada, onde antes elas foram vistas. Foi justamente Mary que avisou a tia de Martin que ele havia sofrido um acidente. Quando Mary soube da morte do menino foi até a casa querendo vê-lo em seu caixão. Algumas pessoas relatavam o quanto ela se sentia bem vendo a família sofrer a perda dele. Depois de vandalizarem uma creche, Mary e Norma deixaram bilhetes confessando a morte do menino, mas a policia entendeu que não passava de uma brincadeira de mal gosto. Mesmo que em seu caderno Mary havia desenhado exatamente como tinha sido a cena do crime. Era comum também que em pequenas brigas entre Mary e Norma, uma chamasse a outra de assassina.  

Dias depois, as meninas foram pegas tentando invadir a creche mas dessa vez, a policia as prendeu e as famílias foram chamados. Ambas foram indiciadas e liberadas. Dois meses depois Brian Howe, de quatro anos, desapareceu. Sua irmã de quatorze anos Paty saiu para procurá-lo e acabou encontrando com Mary e Norma, pediu que a ajudasse. Elas falaram que procurasse em uma área abandonada com grandes lajes de concreto conhecidas como "os blocos", Norma interrompeu dizendo que não poderia estar em um lugar tão perigoso. Durante à noite, a policia encontrou o corpo de Brian exatamente onde Mary tinha descrito. O menino havia sido estrangulado. Em um exame mais minucioso, entraram cortes no corpo um tanto quanto incomuns. Houve também a tentativa de esfolar a pele dos genitais da criança. As letras N e M também foram talhadas com uma gilete na sua barriga. 

Para tentar descobrir o que havia acontecido e refazer os passos de Brian, o detetive do caso entrevistou várias crianças inclusive Mary e Norma, achando seus depoimentos confusos. No dia do funeral de Brian, o investigador notou que as meninas estavam rindo. Diante disso, ele resolveu interrogar as duas uma outra vez. No interrogatório, não foi preciso forçar muito para que cada uma delas culpasse a outra de ser a assassina. Assim, as duas foram formalmente acusadas de praticar o assassinato dos dois meninos Martin e Brian. 

Na detenção provisória, os psiquiatras acreditavam que Mary era incapaz de compreender a seriedade das acusações contra ela. Ela se lamentava com a possibilidade da sua mãe ter que pagar uma fiança e afirmava que a morte de Brian não causaria saudade porque ele não tinha mãe. Ambas foram ao júri popular em 1968. O psiquiatra do caso, descreveu Mary como inteligente, manipuladora e perigosa. De personalidade psicopática que demonstra falta de sentimentos em relação a outros seres humanos e com propensão de agir por impulsos sem premeditação. Não demonstra remorso ou angústia pelo que fez. Diz ainda que não havia nenhuma motivação para os crimes a não ser a vontade fazê-los. Em seu julgamento, Mary não demonstrou emoção, a não ser quando gritou para Norma que ela teria instigado os assassinatos. Norma, por sua vez esteve em lágrimas o tempo todo, demonstrando arrependimento e parecia apreensiva desde o início do julgamento. 

Influenciado pela imagem de Mary como uma criança insensível e de Norma como uma parceira ingênua, o júri absolveu Norma do homicídio culposo mas condenou Mary a prisão perpétua. Betty Bell vendeu a história da filha para tabloides e quando gastou todo o dinheiro, pressionou Mary a escrever cartas e poemas para vender. Mary relatou ter sofrido ainda mais abusos quando foi enviada para uma instituição psiquiátrica de segurança máxima até ser conduzida para prisão em 1973. Após tratamento e avaliações, a sentença de Mary Bell foi alterada. ela foi considerada recuperada e solta em 14 de maio de 1980. Com uma nova identidade e endereço mantido sob sigilo pela "Ordem Mary Bell". lei inglesa que protege identidade de qualquer criança envolvidas em procedimentos legais. Sabe-se que ela se casou e quatro anos depois deu à luz a uma menina. Em 2007, ela colaborou com uma jornalista Erick Ramalho para que escrevesse sua biografia chamada "Gritos no vazio". O governo inglês tentou sem sucesso proibir a obra. Hoje, ela só quer ser uma mãe dedicada protegendo sua filha e neto. Seu paradeiro no momento é desconhecido. 


O livro "Por que crianças matam, a história real de Mary Bell", escrito Gitta Sereny, traz o caso de Mary Bell, fazendo uma reflexão sobre os motivos que teriam levado ela a cometer os crimes, sua infância conturbada, os maus tratos, as más experiências. Uma leitura forte e interessante para tentarmos entender melhor amente humana e os fatores que moldam o comportamento humano.

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REFERÊNCIAS

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-mary-bell-crianca-e-psicopata.phtml

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/o-que-aconteceu-com-mary-bell-a-crianca-assassina.phtml

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Bell


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